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Trechos

Por: | 03:35 1 comentário

Hoje e em próximos posts, possivelmente, vou publicar trechos e frases que eu concordo, gosto, admiro, acho bonita... Qualquer coisa assim. Espero que gostem!


Aristóteles já afirmava que a indignação é uma virtude,
constituindo um justo meio entre a indiferença e a raiva diante de um ultraje sofrido ou de uma injustiça recebida (Ética a Nicômaco, IV, 11)

A ARTE DE INSULTAR – ARTHUR SCHOPENHAUER

Abolição da pena de morte
Aos que gostariam de aboli-la, deve-se responder: "Aboli primeiro o homicídio no
mundo: depois podereis abolir a pena de morte também."

Amor humano
Ao pensar em descrever a dimensão do egoísmo com um trem, para poder exprimir a
força dessa potência antimoral [o egoísmo] sem muitos pormenores, e, portanto, ao
buscar uma hipérbole bastante enfática, cheguei por fim ao seguinte resultado: muitas
pessoas seriam capazes de matar outras, simplesmente para poder engraxar as próprias
botas com a gordura alheia. Mas restou-me o escrúpulo de duvidar se esta seria realmente
uma hipérbole.

Amor sexual – no homem e na mulher
O homem tende, por natureza, à inconstância no amor; a mulher, à constância. O
amor do homem diminui sensivelmente tão logo é satisfeito: quase todas as outras
mulheres o excitam mais do que aquela que ele já possui, por isso sente a necessidade
de variar. Em contrapartida, o amor da mulher aumenta justamente a partir desse
momento. Isso constitui uma conseqüência do objetivo da natureza, que visa conservar a
espécie e, portanto, multiplicá-la o máximo possível. Com efeito, o homem pode
comodamente gerar mais de cem crianças em um ano se tiver à disposição outras tantas
mulheres; já a mulher poderia, por mais homens que tivesse, dar à luz apenas um filho
por ano (exceto no caso de gêmeos). Por essa razão, o homem está sempre à procura de
novas mulheres, enquanto estas prendem-se firmemente a apenas um homem: pois a
natureza as leva a conservar, instintivamente e sem reflexão, aquele que nutrirá e
protegerá a futura prole.

Fé e saber
A fé e o saber não se dão bem dentro da mesma cabeça: são como o lobo e o
cordeiro dentro de uma jaula; e o saber é justamente o lobo, que ameaça devorar seu
vizinho.

Fidelidade conjugal – no homem e na mulher
A fidelidade conjugal é artificial no homem e natural na mulher: sendo assim, o
adultério cometido pela mulher é muito menos perdoável do que o cometido pelo
homem, tanto objetivamente, por causa das consequências, quanto subjetivamente, por
ser contra a natureza.

Filosofar com mente limitada
É penoso ouvir roucos cantarem e ver mancos dançarem; mas saber de mentes
limitadas que filosofam é insuportável.

E meris affirmativis in secunda figura nihil sequitur” [Não se pode concluir a segunda figura silogística a partir de premissas afirmativas] (Arthur Shopenhauer sobre Hegel em A arte de insultar)

“Acompanhar o raciocínio dos que nunca concordam com nada ou que vestiram sua inteligência pelo avesso, dos quais Herbart é um exemplo, estraga a mente.” (Arthur Shopenhauer sobre Herbart em A arte de insultar)

O homem e os animais
“Ilumani generis mater nutrixque profecto stultitia est” [A estultícia é, de fato, a mãe e a ama-de-leite do gênero humano]

O homem – uma mácula da natureza
Existe no mundo apenas um ser mentiroso: o homem. Todos os outros seres são verdadeiros e sinceros, pois mostram-se abertamente como são e manifestam o que sentem.

O homem – um mecanismo de relógio
“Assemelham-se ao mecanismo de um relógio, que é colocado em movimento e gira, sem saber por quê.”

O homem – um ser egoísta
O motor principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou
seja, o impulso à existência e ao bem-estar. [...] Desse modo, todas as ações dos homens e
dos animais surgem, em regra, do egoísmo, e a ele também se atribui sempre a tentativa
de explicar uma determinada ação. [...]Por natureza, o egoísmo é ilimitado: o homem quer de todo modo conservar sua
existência, quer ficar totalmente livre das dores que também incluem a falta e a
privação, quer a maior quantidade possível de bem-estar e todo prazer de que for capaz,
e chega até mesmo a tentar desenvolver em si mesmo, quando possível, novas
capacidades de deleite. Tudo o que se opõe ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu
mau humor, a sua ira e o seu ódio: ele tentará aniquilá-lo como a um inimigo. Quer
possivelmente desfrutar de tudo e possuir tudo; mas, como isso é impossível, quer, pelo
menos, dominar tudo: "Tudo para mim e nada para os outros" é o seu lema. O egoísmo é
gigantesco: ele rege o mundo.

O homem – um ser sociável
Num dia frio de inverno, alguns porcos-espinhos resolveram se aglomerar bem
próximos uns dos outros para proteger-se do frio com o calor recíproco. No entanto,
logo sentiram também os espinhos recíprocos, que os obrigaram a se afastar novamente
uns dos outros. Quando então a necessidade de se esquentar voltou a aproximá-los, o
segundo mal se repetiu, de modo que ficaram oscilando de um lado para o outro entre
os dois sofrimentos, até encontrarem uma distância adequada em que pudessem se
manter da melhor forma possível. Sendo assim, a necessidade da sociedade, que nasce
do vazio e da monotonia do próprio íntimo, aproxima os homens uns dos outros. No
entanto, suas inúmeras características repulsivas e seus erros insuportáveis voltam a
afastá-los. A distância intermediária que, por fim, conseguem encontrar e que possibilita
uma coexistência está na cortesia e nas boas maneiras. Àquele que não mantém essa
distância, diz-se na Inglaterra: keep your distance! Com ela, a necessidade de calor
recíproco é satisfeita de modo incompleto, porém não se sentem os espinhos alheios.
Entretanto, quem possui muito calor in-terno prefere renunciar à sociedade para não
provocar nem receber achaques.

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  1. Mas o dia que o lobo e o cordeiro conseguirem se entender, sairão da jaula e ela nunca mais voltará a existir novamente.

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